(ENEM PPL - 2022)
Houve uma rede de televisão brasileira que conseguiu, com ousadia e exclusividade, uma entrevista com o presidente da Líbia, logo após o bombardeio de sua casa pela aviação estadunidense, em 1986. Foi constrangedor para Kadafi e para os telespectadores ouvir as perguntas: “O que o senhor sentiu quando percebeu o bombardeio? O que o senhor sentiu quando viu sua família ameaçada? O que o senhor achou desse ato dos inimigos?”. Nenhuma pergunta sobre o significado do atentado na política e na geopolítica do Oriente Próximo; nenhuma indagação que permitisse furar o bloqueio das informações a que as agências noticiosas estadunidenses submetem a Líbia.
CHAUÍ, M. Simulacro e poder: uma análise da mídia. In: A ideologia da competência. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
O argumento levantado no texto é uma crítica ao papel da imprensa brasileira por
problematizar a narrativa dos acontecimentos históricos.
dissimular a parcialidade dos conteúdos midiáticos.
defender o partidarismo dos relatos jornalísticos.
julgar a visão autoritária dos discursos oficiais.
explorar a lógica bipolar dos eventos globais.